DAOs: O futuro da gestão de empresas, agora sem empresas

DAOs: O futuro da gestão de empresas, agora sem empresas

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DAOs é a sigla em inglês para “Decentralized Autonomous Organization“, que em português significa “Organização Autônoma Descentralizada”.

Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner na Pipeline Capital.

Basicamente, estamos falando de empresas sem empresas. Pelo menos as empresas que conhecemos. Isso mesmo. São as DAOs. Elas nascem do conceito de que o que as empresas fazem não precisaria, necessariamente, ser feito por empresas estruturadas como as temos hoje. 

Doido? Sem dúvida. Impossível? Huuum … talvez nem tanto.

O que é DAO?

Comecemos imaginando uma empresa como a Apple, para pegarmos um exemplo fácil e conhecido de todos. Ela é uma empresa descentralizada, já, embora siga sendo, bem, uma empresa.

Só que ela é uma empresa que produz celulares e aparatos eletrônicos que não tem uma única fábrica sequer. Quando os caras lançaram essa logística produtiva, ninguém fazia nada parecido. Não do jeito que a Apple fez. Mas o tema aqui não é a Apple, é o conceito de descentralização.

Como funciona uma DAO?

O conceito DAO leva essa lógica alguns passos mais adiante. Com base em uma cadeia inscrita no blockchain e gerida integralmente por Inteligência Artificial e computadores remotos, a nova “empresa” não tem funcionários fixos, não tem patrões clássicos como tem hoje e funciona sempre sob demanda. Produz o que o mercado já comprou, na ponta do consumo e da venda. São companhias pop up. Sem estruturas físicas fixas.

Seguiremos tendo alguma central de gestão para todo esse aparato, mas aí já não estamos mais falando de empresas como as de hoje. É outro bicho.

Um conjunto de regras pré-programadas determina como a empresa opera e os computadores fazem o resto. 

Por que administrar uma empresa com código, através de um contrato inteligente?

Estudo da Singularity University sobre as DAOs explica que uma frota de táxis autônomos, por exemplo, com uma camada de contratos inteligentes apoiada por blockchain, poderia funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana, incluindo dirigir até a oficina para manutenção, sem qualquer envolvimento humano.

Alguém vai continuar ganhando dinheiro com isso, até porque alguém tem que financiar e bancar toda a operação. Mas é um conceito empresarial 4.0. As DAOs visam criar sistemas produtivos e de distribuição e venda em que a maior e quase única influência externa sejam os clientes. E que tudo seja operado de forma descentralizada e virtualmente.

Máquinas farão todo o resto, todo o miolo entre um pedido e sua entrega.

Doido? Sim. Impossível? Hummm… talvez nem tanto.

Quais são os riscos de DAOs?

As DAOs apresentam riscos que precisam ser cuidadosamente analisados. Primeiramente, há vulnerabilidades técnicas, como evidenciado pelo caso da “The DAO” em 2016, onde uma falha no código permitiu o roubo de US$ 50 milhões. A imutabilidade da blockchain, embora uma vantagem, também impede a correção rápida de erros.

Além disso, a insegurança jurídica é um problema crítico, pois a maioria dos países ainda não reconhece legalmente as DAOs. Isso pode gerar incertezas legais e dificultar a resolução de disputas. Embora algumas jurisdições, como as Ilhas Marshall e Wyoming, tenham começado a reconhecer as DAOs, a falta de um reconhecimento global limita sua operação.

Em resumo, enquanto as DAOs oferecem promessas de transparência e descentralização, é crucial abordar esses riscos para garantir seu sucesso a longo prazo.

Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner na Pipeline Capital.

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