Empresas humanizadas são mais lucrativas

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Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner da Pipeline Capital Tech.

 

Pesquisa mostra que com uma administração voltada ao bem-estar dos colaboradores, a rentabilidade pode chegar ao dobro do convencional, além de gerar mais engajamento entre os colaboradores

A humanização e o bem-estar dos funcionários têm ganhado uma relevância considerável nos últimos anos. Em um estudo intitulado Empresas Humanizadas no Brasil, realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, e divulgada em 2019, foi revelado que empresas que seguem essa linha mais humanizada, ou seja, empresas que tem um propósito que vai além do lucro, se preocupam em atender às necessidades de todos os stakeholders, além de ter uma cultura e liderança conscientes. E isso resulta em um lucro maior em comparação às empresas de gestão convencional.

O levantamento analisou as empresas em um período entre 4 e 16 anos de gestão humanizada e concluiu que elas aumentaram sua rentabilidade. Nesse intervalo, as Empresas Humanizadas alcançam uma rentabilidade duas ou mais vezes maior à média das 500 maiores empresas do País. Ainda segundo a pesquisa, essas empresas conseguem ter uma satisfação 240% superior junto aos seus clientes e 225% de aumento no bem-estar entre os seus funcionários.

Um dos pontos que ajudam nessa cultura mais humanizada é envolver o colaborador na tomada de decisões, o que significa ter uma gestão mais horizontal, com menor hierarquia. Um exemplo de empresa, que possui esse tipo de gestão, é a Netflix. O consultor Omarson Costa, que ajudou a estruturar a operação da empresa de streaming na América Latina, conta que a Netflix trabalha a questão da liberdade com responsabilidade. “Ela retira o máximo possível das pessoas e é isso que faz a companhia ser diferente das demais”, afirma Costa. E complementa: “a cultura Netflix, delega muito poder aos executivos e aos funcionários. Então, as pessoas podiam de fato liderar e mostrar as melhores opções e caminhos”.

Omarson destaca que em empresas que possuem culturas mais hierarquizadas, o colaborador que chega com ideias diferentes costuma ouvir deboches e ser massacrado. “Aquilo que é o melhor dele, é tratado como pior, e aí você vai perder aquele talento, as organizações acabam matando esses talentos”, explica o consultor.

Para Omarson Costa, esse tipo de organização limita o potencial das pessoas, e faz com que os profissionais com iniciativa deixem a companhia. “Você acaba perdendo o talento bom e mantendo o talento mediano. Você fica com aquele profissional que tira a nota 7 para passar, mas aquele profissional que tira nota 10, ele não costuma ficar nesse tipo de ambiente muito rígido”, lembra.

Segundo Omarson, empresas que possuem esse tipo de gestão menos hierárquica, costumam manter mais os seus talentos em seu time. “O talento humano vai fazer cada vez mais diferença no século XXI e nessas novas organizações”, destaca Omarson. O executivo ainda complementa que para as empresas manterem o frescor de quando foram fundadas, elas devem estar o tempo inteiro se reinventando e se questionando.

O avanço da tecnologia nas empresas, impulsionada pela Pandemia da Covid-19, tem mudado também a forma de gestão das empresas. Para Pyr Marcondes, Senior Partner da Pipeline Capital Tech, a tecnologia tem colocado os gestores contra a parede. “A tecnologia impõe aos gestores novas lógicas, formatos e dinâmicas de gestão. Os gestores ficam reféns da tecnologia nesse sentido, já que é ela que é transformadora e os gestores têm que sair correndo atrás”, finaliza Marcondes.  

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