Globo e Eletromidia: apenas a ponta de um iceberg

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Consolidações serão o caminho inevitável para o desenvolvimento desta indústria e de inúmeras outras. Sempre tendo como driver a tecnologia

Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner da Pipeline Capital.

E olha que estamos falando de um iceberg considerável. Ao contrário dos verdadeiros, que amargamente para nós estão se dissolvendo, este só vai ficar maior, maior e maior.

Estamos falando do cenário de consolidações recorrentes, que de alguma forma vem já ocorrendo na indústria de comunicação e marketing no Brasil há algum tempo, mas que certamente seguirá crescendo e as aglutinações serão tão frequentes, como de certa forma “surpreendentes” para todos.

Poucos (exceto os diretamente envolvidos nas negociações das duas empresas) poderiam imaginar um movimento como esse de Globo e Eletromidia, nem em mesa de bar. E se você já havia pensado na hipótese, parabéns. Mas trata-se, de qualquer forma, de um negócio nada trivial.

Na cobertura editorial da mídia de negócios, acompanhamos análises dando conta de que a Globo passa agora a olhar o mercado de DOOH, porque ele está crescendo. Daí a compra de parte da maior empresa do setor no País. É verdade, mas é apenas uma parte da verdade.

Consolidações serão o caminho inevitável para o desenvolvimento desta indústria e de inúmeras outras. Sempre tendo como driver a tecnologia. E para além disso, veremos com maior frequência movimentos cross, como esse da Globo, saindo do seu setor tradicional para ir buscar expansão e crescimento em um setor diferente, mas conexo. É essa veia de negócios intermercados, em busca da criação de empresas- plataformas, mais vocacionadas ao omni, que seguiremos acompanhando na mídia.

Isso ocorre porque o perímetro tradicional de origem para muitas empresas começou a ficar pequeno para seu avanço e o crescimento de seus negócios. Acontece também porque as conexões que não eram antes tão possivelmente claras, agora estão ficando cada vez mais óbvias. Tudo por causa da transformação digital e seus reflexos.

Há um número considerável de possibilidades para que Globo e Eletromidia desenhem caminhos comuns. Da óbvia retro e mútua alavancagem comercial em negócios comuns à mais complexa integração tecnológica das plataformas de TV, streaming, DOOH, geolocalização e programática, via IPs e 5G.

Sob a ótica de investimentos, muitos ativos hoje estão relativamente “baratos” em relação ao que poderiam estar
em outros tempos, por conta de inúmeros motivos macroeconômicos e setoriais (como é o caso das martechs e adtechs, que vivem um presente de refluxo dos investimentos em seus negócios). Como reflexo, assistimos à consequente queda no valor médio dos valuations das companhias. Quem puder e tiver caixa, vai comprar. Os targets de venda serão empresas com valor, com futuro, com potencial, mas que, por algum motivo financeiro (e mercadológico), entenderem que pode ser, sim, um bom momento para fazer M&A. Mesmo na baixa. Num white paper macroeconômico e financeiro que o Pipeline Capital Tech Group desenvolveu, chamado O Futuro dos Investimentos, há um panorama do cenário macroeconômico e as probabilidades de comportamento do mercado financeiro em 2023. E, adiante, ainda inédito, mas que virá a público em breve, fazemos reflexões sobre esses movimentos de consolidação e o papel de vários players nessa cadeia. Um dos primeiros pontos a destacar é que a indústria de marketing e comunicação, com suas variantes de martech e adtech, está sempre, dependendo da fonte de análise, entre os três ou cinco setores mais promissores para consolidações e crescimento do M&A.

Outro é o que o mercado financeiro chama de dry powder, pó seco. Ou seja, recursos financeiros represados e armazenados nos cofres de grandes investidores, e que muito em breve, assim que os sinais macroeconômicos ficarem um pouco mais claros (e mais seguros), serão recolocados no mercado e com grande velocidade. Isso impactará todas as indústrias, inclusive esta. Outro ainda são as holdings globais do setor, cada vez mais diversificadas e em busca de ativos para serem comprados em áreas antes longe de convencionais como AI, commerce, data intelligence, entre outros. Mais investimentos atravessando fronteiras antes não desbravadas.

Vamos colocar aqui também os fundos de Corporate Venture Capital (CVC). Os CVCs são os mecanismos por excelência de empresas em geral (no caso aqui da indústria de comunicação e marketing, chamemos de anunciantes) em busca de inovação e diferenciação. Mais uma vez, empresas ciscando fora do terreiro.

Por fim, mas nem de longe por último, na base da pirâmide, as startups, o futuro de tudo isso. Elas também seguirão sendo alvo de fusões e aquisições subsequentes nos próximos anos.

Como disse, trata-se de um enorme iceberg em crescimento e solidificação. Esse, esteja certo você que me lê, não vai se dissolver. Ao contrário. Em breve, estaremos todos habitando sobre ele.

Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner da Pipeline Capital.

Texto originalmente publicado por Meio&Mensagem.

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