Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner na Pipeline Capital
É surpreendente que, em plena pandemia e neste momento ainda bastante fechado de convívio social, impactando negativamente os setores de aviação e viagens, que justo agora ambos comecem a apontar para uma retomada.
Os preços das ações de ambos os segmentos vem subindo, numa tendência que prevê, em algum momento, a retomada de negócios dessas indústrias, graças, certamente, ao avanço da vacinação internacionalmente. E a consequente expectativa de que, mal ou bem, retomaremos de alguma forma as viagens como hábito agora colocado sob isolamento radical.
O Stoxx Europe 600, indicador de performance das ações nas bolsas europeias, fechou semana passada flat, mas as ações da Airbus subiram 2,3%, com a empresa revelando que tem vários pedidos e entregas de novas aeronaves já sendo produzidas em cima de pedidos já realizados.
Além disso, os setores de viagens e lazer registram igualmente indicadores positivos de subida no valor de suas ações.
O mercado de ações é sempre um indicador relevante para analisar tendências de setores econômicos. Às vezes, as bolsas são alarmistas e extremamente sensíveis, exagerando percepções futuras sobre este ou aquele setor econômico, ou indústrias em particular. Mas isso ocorre na maior parte das vezes quando os investidores precisam se proteger de algum aparente risco à frente. E aí, o preço das ações cai.
Há momentos também de excessivo otimismo e nos setores tech driven isso volta e meia acontece também. E aí o preço das ações sobe além do razoável.
Ou seja, exageros de um lado e de outro.
Não parece ser o caso agora com esses dois setores. A retomada se insinua como de fato fundamentada na retomada de mercados retraídos por conta da pandemia, mas que aos poucos e inevitavelmente terão suas atividades retomadas, em que pese, adicionalmente, a ansiedade represada de todos por retomarem algum tipo de viagem, que seja.
E que assim seja.