Vendas on-line surpreendem e continuam em crescimento após o fim da pandemia; confira os setores, as práticas e as dicas que devem estar no radar dos investidores e empreendedores do setor neste ano
O comércio eletrônico brasileiro continua mostrando sua força e, segundo a Retail X, conseguiu crescer mais de R$ 40 bilhões (US$ 8,1 bi) em 2022, mesmo com os novos desafios apresentados pelo fim da pandemia e a volta dos consumidores às lojas físicas.
Se os consumidores ainda tinham resistência a comprar algum produto on-line, as últimas barreiras foram derrubadas, na avaliação do fundador do E-commerce Brasil, Tiago Baeta. E esse fato está bastante ligado com a primeira tendência do comércio eletrônico que deve aquecer as vendas em 2023. Confira os cinco pontos abaixo.
1. Supermercados on-line
Em 2023 o setor supermercadista continuará crescendo na internet, segundo Tiago Baeta. O executivo recorda que as compras on-line em supermercados eram “quase nulas no pré-pandemia, apesar de serem um grande destaque do varejo físico”. Nos últimos dois anos, entretanto, esse quadro mudou e itens de supermercado são, atualmente, os mais vendidos nos marketplaces brasileiros.
Na América Latina, as compras on-line em supermercados cresceram 41% no primeiro semestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2019, antes da crise sanitária. “A tendência é que o setor de supermercado on-line continue crescendo. Ele foi destaque nos últimos dois anos e não perdeu a força, pelo contrário, está se consolidando”, afirma Baeta.
2. Live Commerce
O nome já diz tudo. Uma live em que o consumidor interage com o vendedor e pode fazer a compra naquele momento. As live commerces são uma tendência forte para 2023 na avaliação de Baeta. Em artigo publicado no E-commerce Brasil, Monique Lima, CEO e Co-Founder da Mimo Live Sales, explica que uma live commerce pode ser realizada dentro do site ou app do vendedor, graças à tecnologia SaaS – Software as a Service – white label, que se adapta à plataforma adotada. Segundo a Mimo Live Sales atualmente 30% das vendas on-line na China já são realizadas em lives commerces e a expectativa do mercado global é movimentar US$ 1,2 trilhão até 2025.
“A taxa de conversão (da live commerce) é muito maior”, diz Baeta. Segundo a Mimo, ela pode chegar a 30%. “O Brasil é o país onde as pessoas mais compram influenciadas por outras”, salienta o executivo. Outro fator que tem auxiliado o sucesso da live commerce, já que muitas vezes o influencer torna-se o apresentador da transmissão.
3. Retail Media
Os anúncios na internet não são mais os mesmos após o surgimento do Retail Media, um novo método de posicionar os Ads em sites e aplicativos de varejo. Em 2023, a tendência continuará forte, transformando os marketplaces em grandes destinos para verbas publicitárias. “A Amazon, nos Estados Unidos, já é a maior anunciante e, ao mesmo tempo, o maior canal de mídia daquele país. Todos os canais de venda e grandes marketplaces têm se tornado canais de mídia. A busca por produtos está acontecendo mais nessas plataformas do que no próprio Google”, explica Tiago Baeta.
Para o executivo do E-commerce Brasil, saber utilizar os marketplaces a seu favor será um dos principais diferenciais dos negócios on-line neste ano. “A concentração da venda no comércio eletrônico está no marketplace, então é importante saber vender, estar presente, saber usá-los, mas sem depender deles, o que pode ser muito perigoso”, diz Baeta, sobre as plataformas de venda na internet.
4 – Compras recorrentes
Uma das características mais constantes nos e-commerces que estão em crescimento no setor é a recorrência, ou a possibilidade de comprar um, ou um conjunto de produtos, com uma certa periodicidade. “O que eu tento focar nos meus negócios é a recorrência, e a internet é perfeita para isso”, afirma Tiago Baeta. Para ele, desenvolver produtos para compras recorrentes – seja através de clubes, de assinaturas, ou de curadorias – envolve o cliente, fideliza, e ainda é uma ótima alternativa para aumentar o tíquete médio. “Com o valor arrecadado, você consegue investir, fazer um produto cada vez melhor para o cliente”, acrescenta.
A compra recorrente também está presente no fenômeno das vendas on-line dos supermercados, na avaliação do executivo, o que a torna uma tendência interessante para 2023. Muitos clientes perceberam como era mais cômodo planejar as compras e salvar as listas de produtos durante a pandemia e acabaram adotando o hábito mesmo com a possibilidade de fazer as compras presencialmente.
5 – Entender e Investir na jornada do cliente
A divisão entre vendas físicas e on-line no varejo está fadada a desaparecer, segundo Tiago Baeta. “O E-commerce é parte da jornada. A gente deve parar de tratar o e-commerce separado do varejo. É uma experiência só, uma jornada só, a grande maioria das compras começa on-line e termina no físico”, explica.
O executivo também afirma que para acompanhar essa jornada do consumidor é importante investir na criação de um relacionamento. Ele ressalta a tendência crescente de “usar o consumidor a seu favor”. Isso acontece quando o cliente está envolvido pela marca, avalia positivamente o produto em público, e torna-se um “micro-influenciador”. O próprio empresário deve se tornar um influenciador da marca e criar uma comunidade de fãs da marca, direcionando esses ativos para “os canais de venda corretos, sejam on-line ou não”, conclui Baeta.
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