Este segundo episódio cujo tema é “O lado investidor de Breno Masi” é uma continuação da conversa com o Breno. Neste episódio, ele nos conta sobre a transição de empreendedor à investidor e quais são as tendencias que ele enxerga para o mercado.
Breno Masi é o convidado deste segundo episódio da 3a temporada do Papo de M&A, nessa continuação ele é entrevistado por Allan Fonseca e Felipe Wasserman. Breno é co-fundador e CPO da PlayKids (Grupo Movile), empreendedor serial desde os 15 anos e fã de tecnologia. Fundou várias empresas, entre elas a Fingertips, Estrela Digital, Monster Juice e Live Here. Foi também o primeiro brasileiro a desbloquear um iPhone.
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Segue abaixo a transcrição da entrevista.
Allan: Toda vez que eu vejo o Breno ou falo que o Breno, ali, parece que tem uma empresa nova, que nasceu nessa semana. Hoje ele falou de uma outra e ontem não sei o que. Como é que você dá conta, eu não sei, mas que é inspirador, Breno, é muito legal. E você também gostou tanto dessa história e foi aprendendo nesse decorrer dos anos, que você também investe agora, né? Você é investidor de outras empresas ou outras startups. Conta pra gente como é que você olha esse lado agora de investimento e se até alguém está olhando pra isso também como é que, qual é o teu atual espectro aí de busca ou o que você está mais de olho.
Breno: Eu acabei começando a investir em empresas, falando como se fosse investimento Anjo, meio que por acaso, tá Allan? Que que aconteceu? A partir do momento que eu acabei ganhando mais espaço no mercado e acabo fazendo fazendo palestra, tudo. Uma galera começou a chegar e oferecer ideias, né? No começo, cara, eu parava, escutava todo mundo ,tal. Aí eu comecei a perceber que escutar ideia não estava me levado a nada, só atrapalhava as pessoas também, então ninguém ganhava nada e eu cortei. Falei, “cara, oh, eu não escuto ideia, não adianta me apresentar nada. Você quer começar a falar comigo? A ter minha atenção? Precisa esta com MVP, você precisa ter um pouco de resultado e ter que me mandar os KPIS antecipados”. Então, basicamente, o que eu falo para galera? Eu começo a olhar as empresas que já têm um mínimo de faturamento, pode ser 100 reais, não tem problema, mas que elas têm um relacionamento comigo de no mínimo 90 dias. Que que eu estímulo empreendedor? É entender como que se faz o reporte, quais são os KPIS importantes para o negócio dele, se o negócio está crescendo ou não. Então eu meio que já vou doutrinando treinando ele. Daí, pega, passa esses 90 dias, eu começo a achar o deal interessante. Vamos supor, eu proponho para ele, no lugar de eu botar dinheiro, eu começo uma mentoria, só que é uma mentoria que vai valer, teoricamente, dinheiro e um cheque no futuro. Se a gente pega faz um processo de mentoria que demora seis meses, ele cumpriu os KPIS que a gente combinou, eu dou o cheque depois. E acaba dando certo. Acaba funcionando muito bem. Hoje eu não tenho preferência por nenhum mercado, assim específico, eu gosto de ouvir tudo, porque eu acho que a diversidade faz com que eu fique mais criativo. Se eu pegasse e focasse, “ah não, eu só quero olhar coisas kids”, putz, com certeza eu estaria fechando o meu leque, então eu gostp de ser mais plural, mas tem algumas coisas que eu evito entrar, completamente. Agora, por causa da onda da Only fãs, entre outras coisas, muito site adulto, serviços de assinatura de conteúdo adulto e não sei o que, estão me procurando, porque eu sou muito bom de assinatura, eu não mentoro, eu não falo, não tenho como fazer isso. Principalmente pela área de atuação que eu tenho, então esquece
Breno: Tem algumas áreas que hoje eu tenho um amor e uma paixão, assim, que eu acho que dão alto impacto. Sem dúvida nenhuma, a primeira, é educação. Eu acho que educação é o nosso maior investimento a longo prazo. Se a gente começa a ter está startups, serviços e produtos de educação, visando o futuro, cara, a gente vai criar, assim, um legado gigantesco para o nosso país e, de verdade, a gente pode mudar o mundo através da educação.
Breno: Segundo, FinTech. Fintech, e eu não estou falando só por causa do NuBank, super valuation, essas coisas. Não, não é isso. Eu acho que a forma que a gente vai se relacionar com o dinheiro daqui para a frente, vai sofrer um impacto absurdo, como a tecnologia sofreu um impacto nesses últimos dez anos. Então, os próximos dez anos, essa relação que a gente tem com o dinheiro, a forma de gastar, a forma de guardar, Criptomoedas, blockchain, entre coisas, vai ser insano. Então eu quero estar, de alguma forma, envolvido e ligado com isso. E eu acho que eu consigo, sim, mudar essa relação e ajudar as empresas a mudar essa relação. E terceiro, health. Eu acho que, cara, tecnologia e saúde tem tudo a ver. A gente está passando por um momento de transição completa, ainda por causa de pandemia, controle, cuidado. E as health techs vão chegar com um peso muito forte. O que aconteceu na parte de serviços, né? Que foi a primeira grande geração das bigs companies e dos unicórnios, né? Então, Uber, 99, iFood, entre outras, vai acontecer com health nos próximos cinco anos. Cara, essas três verticais são as verticais que, hoje, eu gosto mais de investir. Não faço investimentos altos, porque, de fato, são o meu olhar é mais um olhar para Anjo. Mas, ao mesmo tempo, hoje eu ajudo algumas empresas que querem fazer investimentos milionários e eu entro como body member ou adviser para alguma delas. Então eu estou fazendo trabalhos bem legais pro mercado farmacêutico. Que tem tudo a ver com a parte de saúde, por isso que eu estou tão apaixonado por esse mercado agora. Cara, se você vê, assim, cifras muito legais e uma indústria, tenho até que tomar cuidado, porque depois eu levo bronca. Mas, basicamente, parada no tempo. Então, assim, é um negócio que dá pra você dar cambalhota, virar de ponta cabeça, assim, muitas vezes, ainda. Muitas e muitas vezes. E, cara, assim, eu falo muito isso com as minhas filhas, aqui em casa, e com os meus amigos, se a gente olhar pra trás e ver que, nesses últimos cinco ou sete anos, as empresas passaram por revoluções tão gigantescas, os próximos cinco ou sete vai ser muito pior. A velocidade vai ser muito mais rápida, muito mais alta.
Breno: Então se preparem para novas eras e daí, cara, eu nem falei da parte de legal, que é outra coisa que eu gosto, também, que ninguém gosta de fazer, mas, cara, a segurança da informação, LGPD.
Allan: Eu gosto de legal.
Breno: Você gosta? Então, cara, é um baita de um mercado, tem tanto pra crescer ainda. Tem pouco startup, tem pouca gente olhando, se dedicando para isso de verdade. E nada vai valer mais do que seus dados, no futuro. Pessoas que começarem a fazer isso, agora. Nem dinheiro vai valer mais que seus dados, as sua informações, que a sua privacidade. E eu falo que é o nosso futuro ar, futura água. Mas, cara, é muita coisa.
Kadu: Uma coisa que eu ia perguntar é esses caminhos como você, como um investidor, que a gente observa muito, né? As pessoas que passam por alguns exits, elas acabam voltando para o ecossistema e tentando ajudar, de alguma forma. A minha forma está aqui, ajudando os empreendedores e ajudando a fazer esse próximo passo. Você conseguiu, não só fazer isso, mas monitorar e também fazer todo esse investimento Anjo no processo. E aí em cima disso, cara. A princípio, eu não tenho. Eu teria perguntas, mas sei que você não poderia responder.
Breno: Bom, vamos lá! Então, vamos tentar. Eu tento.
Kadu: Eu queria te perguntar uma coisa sobre esse momento do mercado, Das empresas de tecnologia e os IPOs. Você está, hoje, dentro de uma empresa muito grande. Que você vê, que que você analisa? A gente vê hoje uma janela de oportunidade muito grande. Cara, você tem empresas aí hiper valorizadas, local web, com o tamanho que está. Muito acima do imaginado. Eu conheço bem o pessoal lá de dentro. Então, assim, isso, várias outras seguiram nessa nessa linha. Vamos aproveitar, porque a B3 tem muito pouca empresa de tecnologia e o investidor não sabe. O cara lá que investe, ele não conhece de tecnologia. Surgiu empresa de tecnologia, ele vai lá, vamos comprar isso aí, que tá dando certo. Que que você acha sobre esse movimento, hoje, no mercado?
Breno: Eu tenho duas análises, tá? A minha análise como empreendedor é excelente. Cara, é um momento absurdamente bom. A gente vai ver, cada vez mais, empresas de tecnologia entrando na B3. E espero que isso aumente, não só o portfólio, mas também aumente o número de investidores. A gente ainda tem um número de investidores no Brasil muito pequeno comparado aos outros mercados. Ao mesmo tempo, eu concordo com você. Que dai meu lado investidor que é, as coisas estão precificadas de uma maneira muito elástica, porque como você não tem muitas opções é natural que o preço suba. Então isso deve equalizar, na minha visão, nos próximos 18 a 24 meses, a partir do momento que você tiver muita oferta ali dentro. Então tem que dar parabéns para esses primeiros empreendedores que tiveram coragem. Porque a IPO, depois que dá certo, cara, é fácil julgar. Mas pra fazer um processo de IPO, é um processo extremamente complexo, onde você tem que abrir completamente os números da sua operação e deixar muito claro os seus planos e as suas frustrações. Quando você é uma empresa de capital fechado, é muito mais fácil a gente só falar das alegrias e não mostrar os tombos a gente leva. A partir do momento que você está listado e que você tem os reports e tem que deixar tudo muito claro. A sua tolerância ao erro é menor. Então, eu quero ver como essas empresas brasileiras, elas vão se comportar com isso a médio e longo prazo, porque eu fico com um certo receio que empresas, que antigamente, eram mais inovadoras, que conseguiam, cara, fazer chover no mercado, como o que vai ser esse comportamento. Porque um erro vai refletir no preço da ação. O ativo vai cair. Será caso vou continuar tomando tanto o risco? Hoje como elas tomavam antigamente? Será que vai continuar vendo empresas crescerem tanto? Esquece o valuation, mas a empresa em si, crescer tanto tendo que ser tão transparente assim e mostrar os erros que cometeram. Que em um trimestre foi tão ruim. Será que os investidores brasileiros vão ter essa paciência? Porque lá nos Estados Unidos é normal. Puts, Tesla caiu para caramba, perdeu 30 pontos de valor de mercado em um quarter. Beleza, o plano anual está legal, os reports estão tão alinhados com o que a gente vinha esperando. Daí, cara, passa dois meses depois, ela sobe 110 por cento. Será que os investidores brasileiros vão ter essa paciência? Vão entender que isso faz parte do jogo? Que não existe um caminho certo para nada. Essa é uma das minhas dúvidas. Eu sei que a tua pergunta é:. vamos ver as sua empresas na bolsa em breve? Não, não temos planos para isso, por enquanto não. Pelo menos, ali pelo que eu posso te falar de PlayKids, tudo, a gente está num momento super legal de crescimento. Não daria tempo para a gente parar para fazer isso, que é um processo pesado mesmo. E as outras empresas do grupo Mobi, pelo menos, a que eu tenho formação nenhuma está em processo disso ainda. Então a gente não deve tá lá. Mas, cara, tem empresas muito legais aí para serem listadas. E me dá orgulho parar e olhar, falar assim: “cara, antigamente eu tinha que explicar para o meu pai, meu avô, com o que eu trabalhava, o que eu fazia, hoje a minha empresa está listada na bolsa” Olha que tesão.
Allan: Às vezes eu ainda preciso explicar para os meus, viu Breno.
Kadu: Eu tenho uma admiração muito grande pelo pessoal lá da Local Web, porque estive envolvido com eles, em outros momentos. Cara, eles fizeram realmente uma movimentação de muita coragem e um timing perfeito. E hoje eles são exemplo e eles estão cumprindo aquilo que foi colocado no prospecto. Vamos adquirir empresa, os caras estão aparecendo na mídia. Estão fazendo, fazendo direitinho o dever de casa.
Breno: Não, cara e isso pra mim é muito legal. E daí mostra que você tem um plano consistente e você executa aquilo que foi prometido. Cara, as coisas continuam subindo, continua dando certo. Eu só preciso ver como o mercado vai comportar tropeços, porque não dá para acertar sempre. A gente sabe que não dá acertar sempre.
Felipe: Última pergunta, acho que é a última perguntinha só. A Movile é uma startup gigante. Ainda a ser vista como startup. Mas você, pelo começo da sua história, você parecia o cara que abria empresa, criava, vendia, saia; abria empresa, criava, vendia, saia. E, hoje, você está dentro de um grupo grande, né? O que que a empresa, e eu conheço Rubi, lá que é o novo CEO da Movile, já é meu amigo de muito tempo. O que que a empresa, como a Movile, consegue fazer para manter um cara com perfil tão empreendedor como o seu e manter lá dentro? Porque você olha seu currículo e vai falar: “esse cara aqui, quem vai querer abrir uma empresa? Daqui a pouco sai de novo”. E você continua na empresa, acreditando pra caramba. Então, o que que a empresa fez, que consegue manter pessoas como você, como Guilherme e como outras pessoas que foram compradas que se mantiveram ali dentro?
Allan: Eu complemento a pergunta, tá Breno? Que eu ia fazer também nesse ponto. Eu vejo o Breno, pessoa física, o Breno, empresário, eles se mistura. Você acabou criando uma marca sua ali também nos últimos anos, né? Pessoal. E as coisas se misturam. Então, é um complemento dessa pergunta do Felipe.
Breno: Tá, vamos lá. Primeira coisa, a Movile, eu cheguei na Movile em 2012. Quando eu cheguei na Movile, a Movile tinha incríveis 110 pessoas. A gente era bem pequenininho. Hoje, você pega todo todo o ecossistema Movile, a gente está batendo sete mil ou sete mil e quinhentas pessoas diretas. Tirando os indiretos aí, essas maluquices. Mas, a Movile, pra mim, eu tenho, cara, de novo, acho que as coisas não acontecem por acaso e as boas pessoas, elas são recompensadas e reconhecidas. Em 2012, quando eu pedi demissão da minha própria empresa, lá eu estava na Ponto Mobi, a Ponto Mobi crescendo, fazendo, cara, coisas super legais, mas eu já não estava mais alinhado com os valores que essa nova empresa estava criando, principalmente o direcionamento que ela estava indo. Eu sentei com os sócios, na época, eu falei pra mim não dava. O Leo, que era o CEO na época, até falou: “cara, que bom que a gente teve esse papo, porque a gente estava vendo que você também não estava feliz”. Eu acabei saindo e o Fabrício, que é o fundador da Movile, a gente se conhecia de palco. Ele pegou e me mandou uma mensagem na hora, falando: “cara, você quer vir pra cá? Eu vou te contar meu plano”. E eu lembro como se fosse hoje, que o Fabrício abriu um PPT e me mostrou o que ele queria. Cara, vou te falar que era, mais ou menos, o que eu sempre tinha sonhado, que era fazer muitos aplicativos e serviços para pessoas, para o consumidor final. Com altíssima escala, com coisas globais. Brasil é pensar pequeno, tudo. Que eu virei falei, assim: “ou ele é um completo louco, esse negócio não vai dar em nada em seis meses, eu não tenho nada a perder. Ou vais ser um negócio descomunal.” E a segunda, a segunda coisa, cara, é o que realizou. E o Fabrício, ele tem uma cabeça e como ele é empreendedor, ele sabe que ele só vai conseguir segurar esse tipo de maluco, que sou eu, entre os outros executivos que estão, lá hoje em dia. Se eles fizerem, realmente, parte do negócio. Então logo depois de 12 meses, ele me deu a possibilidade de virar sócio da Movile. Então eu pude lá, no momento, fazer a aquisição de algumas ações e hoje sou sócio da Movile. A gente tem um sistema de stock options extremamente estruturado. Eu posso queimar minha língua, mas eu acho que ninguém distribuiu mais stock/dinheiro pra executivos do que a Movile dentro do Brasil. Eu não conheço empresa que tem um pacote de stock options tão efetivo quanto a Movile. De fato, a Movile já criou alguns milionários no Brasil, porque ela é uma empresa agressiva, ela pensa grande, ela quer fazer coisas incríveis. Então, hoje, o que me seduz na Movile é que, mesmo sabendo que a gente tem uma empresa gigantesca, com produtos consolidados, eu tenho espaço para criar um negócio chamado [00:51:53.03] After, [00:51:53.31] que é um game que tem 40 milhões de usuários hoje em dia. E se fosse em qualquer outro lugar do mundo, ia virar para a mim e falar assim: “Breno, deixa de falar besteira. Continua fazendo o seu. Tá legal”. Quando eu mostrei, no começo, ao primeiro olhar foi assim: “Breno, você não está viajando?” Eu falei: “não deixa eu te mostrar direito”. Segundo o papo já começou: “Breno, você é louco, mas se esse negócio dar certo, pode ser grande”. Na terceira, é: “cara, o que você está precisando pra fazer mais rápido?”. Então esse ecossistema, que a Movile tem, facilita muito isso e é muito o exemplo. Porque se você pega a PlayKids, é uma empresa 100% Movile. A gente não adquiriu ela, eu criei juntos com o Fábio, Eduardo, Henrique e tal. A PlayKids dentro da Movile. E, cara, olha o tanto que cresceu. Que empresa que a gente conhece de sucesso aqui, que consegue fazer isso? E a própria PlayKids, dentro da Movile, conseguiu criar mais duas novas coisas, After e a aquisição da Leiturinha. E continua crescendo e a gente tem mais duas coisas para sair em breve. Então é um ecossistema que, de fato, funciona. Onde a gente tem liberdade e apoio. Injeção de capital, quando é necessário. E tem um maluco lá em cima, cara, ditando uma direção onde todo mundo concorda. E uma cultura extremamente forte. A grande diferença da Movile é isso. E para todas as coisas investidas, a gente coloca nossa cultura mestre. Cada uma tem a sua cultura própria, baseada na nossa com um modelo de gestão Movile de ser, que é um modelo agressivo. Então, a gente muito grande, metas super agressivas, recompensa compatível. Então, é muito gostoso. E sobre a minha marca, a marca empreendedora, Allan. Aconteceu de uma forma meio que natural, porque eu sou um cara que gosta de falar e até me escondi bastante esses últimos três, quatro anos, porque eu estava fazendo PlayKids ficar maior, tentar fazer as coisas darem certo, mas ao mesmo tempo eu sempre continuei super conectado e eu tenho um fascínio, pelo o que eu chamo os meus meninos, assim. Porque eu já estou ficando velho. Mas, cara, eu sou alucinado pela molecada. A molecada tem uma energia fantástica, eles conseguem pensar numa velocidade e isso acaba me motivando e me deixando toda vez aceso. Então, conversar com essa molecada está saindo da faculdade, que tá cheio de energia, que ainda tem um ímpeto de mudar o mundo. Isso me move muito. E eu consigo fazer com que, eu trago pra eles um pouco dessa a seriedade, da vivência e eu falo, meu papel aqui é só evitar que vocês cometer os mesmos erros que eu cometi e acaba dando certo. Então, hoje, tem lá um Instagram que eu pouco falo de empreendedorismo, que eu não gosto de ficar vomitando as coisas. Eu acho isso muito, não gosto. Eu mostro mais o meu estilo de vida, das coisas que eu gosto de fazer, um pouco da família. Mas, vira e mexe, eu dou algumas dicas e a galera acaba me mandando por DM e daí a gente acaba criando uma relação, eu ajudo. Faço de vez em quando umas lives no YouTube e na Twitch e daí sim falando de empreendedorismo. E nelas eu sempre abro perguntas e respostas, então a galera vai lá perguntando e eu vou respondendo. E nas faço palestras e eventos que, cara, daí é onde eu faço realmente os contatos e daí desdobra naquelas mentorias e auxílios, mas é um universo gostoso. Se eu tivesse que te falar meu grande sonho, sem dúvida nenhuma, é daqui três ou cinco anos eu conseguir ter a minha aceleradora. Que daí sim é um espaço animal aonde eu consigo jogar lá para dentro, cara, uma molecada com uma energia muito fera, fazendo duas ou três verticais aonde eu acredito muito. Isso deve acontecer. A minha meta de vida era tentar fazer isso antes dos 40. Talvez não dê tempo, mas quem sabe até aos 45.
Allan: Excelente, Breno. Excelente conversa, super inspiradora, super. Realmente foi muito bom. Eu tenho a última pergunta de bate pronto aqui. Tesla ou carro elétrico?
Breno: Puts, cara, são duas paixões. Isso é outra coisa que eu tenho, que eu sou apaixonado. Eu sou apaixonado em carros elétricos. Para vocês terem uma ideia, eu tenho carro elétrico desde 2000 e bolinha, cara. Então adoro, adoro. E eu fiz a loucura de, em 2016, eu acho, 15 ou 16, não lembro, sou péssimo de data. Importar um Tesla pro Brasil, cara. “Não, quero ter Tesla, já que eu não consegui mudar pros Estados Unidos. F*das, vou dar um jeito.”. Trouxe e depois disso, eu já tive cinco Teslas já. Então, eu já tive Model S, Model 3, Model X, cara, Model Y. Eu adoro Tesla, eu amo, amo. E chegou agora, eu acho que tem duas semanas, a minha Tycan, que é a Porsche elétrica. Porque a Porsche é outra grande paixão, né? Uma marca incrível, que tem, cara, valores únicos, entrega uma qualidade fantástica. Daí tem, também, toda a parte de status, tem um monte de coisa em conjunto. Mas, para a minha, a Porsche, ela consegue criar uma coisa que é a única, o carro que mais faz com que a máquina se conecte ao homem ali. Vira um elemento único. Então, esse DNA da Porsche, nenhuma montadora consegue. Então, pra mim, são duas coisas diferentes. Assim, a Porsche é um carro elétrico com DNA de performance muito forte. A Tesla não é um carro, a Tesla é tecnologia pura sobre rodas, aonde facilita tua vida e tem uma experiência de uso fantástica. Então para o dia a dia, sem dúvida nenhuma, Tesla. Eu fico rodando pra cima pra baixo. Auto pilot, cara, ajuda para caramba. O carro extremamente conectado. E, para aquele final de semana, que você quer um pouquinho de DNA, mas continuando com a parte elétrica, o Taycan, completa. Então, eu já não consigo viver sem os dois. Só minha mulher que não gosta, ela fala assim: “pô, tá de sacanagem, vai ficar com dois carros assim?”.
Allan:Bom demais, Brenão. Valeu, viu? Foi excelente. Excelente conversa. Muito bom mesmo.
Breno: Obrigado vocês pelo convite.
Kadu: Parabéns, parabéns aí pela carreira. Além de todas as conquistas, aí. Por ser esse talento tão diferenciado. Isso é uma coisa, realmente, que veio com você. Veio na sua essência e isso é claro
Breno: Obrigado pelo convite pessoal de qualquer coisa estar à disposição.
CONVERSA SOBRES OS APRENDIZADOS
Allan: Bom que conversa interessante a gente encerrando agora essa parte. Esse episódio completo aí com Breno Masi, onde ele pode falar sobre a parte de investimentos agora. Até que ele também, né? Depois de tanto tempo e tantos anos de estrada conseguiu ter uma bagagem para virar um investidor. Então esse lado, onde ele aprendeu, como empreendedor, né? E aprendeu nos erros, ele consegue aplicar isso, hoje, ajudando outros empreendedores. Acho que isso é uma forma, até eu vejo como, retribuição do que ele passou e isso, acho, que o torna uma pessoa bastante especial nesse mercado. E uma outra, acho que dica, que ele nos deu aqui, que ficou marcado é não buscar, necessariamente, em um processo de M&A, que você for fazer, uma venda, uma aquisição, nunca pensar somente no dinheiro. Aliás não pensar no dinheiro como ponto principal, de alavancagem, mas sim, especialmente, na empresa que você está virando parceiro ou se fundindo com ela, o que ela pode agregar no seu negócio. Acho que isso ficou muito marcado para gente nesse episódio. Que realmente faz toda diferença você olhar primeiro esse ponto e acho que a consequência vai acabar acontecendo de forma natural. Não pensar só no dinheiro.
Felipe: A parte, para mim, a mais legal da história dele, das histórias que a gente ouve muito aqui, são esses empreendedores que fizeram sucesso e podiam viver com o sucesso. Tipo, ganhei dinheiro, vendi minha empresa. Para eles, não, eles querem trabalhar mais e eles querem gerar um ecossistema de empreendedorismo. Então, a gente está vendo isso cada vez mais. Não somente com o caso dele, que virou investidor Anjo, que procura, que tem visão de futuro da onde ele quer chegar e investe para isso. Na segunda parte, que ele falou sobre os novos IPOs de tecnologia, que estão nascendo aí São empresas novas, né? Antigamente, eram empresas muito estruturadas que faziam IPO, muito tradicionais. Agora empresas de tecnologia fazendo IPO. Então pessoas novas fazendo seu exit, sem depender do dinheiro. Então, isso vai gerando. Então vou investir em novas empresas, vão desenvolvendo. A gente mostra que isso está criando uma oportunidade no mercado brasileiro de startup, de empreendedor livre, que ainda é um mercado muito novo. Provavelmente, quando ele criou a empresa dele com 16 anos, nem se chamava startup, devia ter algum outro nome no Brasil. E isso está cada vez mais. E as pessoas investindo e querendo desenvolver, o que mostra um potencial muito grande para o Brasil e para o mundo. Fico muito orgulhoso de pessoas que fazem isso.
Kadu: Me chamou muita atenção. Primeiro a maturidade dele, a visão de mercado. E, Felipe, você fez uma pergunta que eu achei muito boa, como é que se segura um cara desse, tão inquieto, empreendedor tão inquieto, numa estrutura de empresa, hoje. A Movile é uma empresa, você chamou, ali, de startup, mas já tem todo o tamanho de uma empresa grande que, de alguma forma, pede-se o dinamismo e, mesmo assim, ele conseguiu ainda ver na empresa todo aquele brilho, aquela vontade dele de seguir criando produto, de seguir evoluindo, mesmo estando dentro da própria empresa, hoje, que ele tem participação, é o intra empreendedorismo. Num ambiente super favorável, em que ele consegue ter pequenas empresas rodando ali dentro. Como é o caso da empresa que desenvolveu o PK XD, que é um super jogo, que toda criança está usando e que veio da relação que PlayKids tem com o segmento. Então é uma visão muito clara, muito nítida do mercado, que torna ele, pra mim, realmente um cara diferenciado.
Allan: E vale citar, também, o aprendizado que a gente teve com ele ali, de certa forma, sobre como você está buscando esse momento de vender ou comprar outra empresa, mas não olhar o dinheiro como forma principal do negócio, não ser prioritário ou ser o ponto inicial de tudo, porque isso vai dar errado no final. É muito mais olhar que tipo de empresa você está se juntando. Que tipo de empresa está te comprando, por exemplo, que pode realmente agregar no seu negócio, não necessariamente pensar só no dinheiro. Isso vai fazer toda a diferença, porque o dinheiro ele vai vir como consequência. O dinheiro é uma coisa mais fácil hoje em dia no momento que está vivendo de conseguir, se você tiver uma ideia boa e um processo bom. Então, realmente, esse ponto até envolve cultura, né? Como é que você vai juntar tudo isso e manter a cultura mesmo depois dessa fusão. Eu achei que foi um ponto crucial nessa conversa com o Breno hoje.