Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner na Pipeline Capital.
Fora da caixa é o que quebra padrões. Mas cuidado: nem sempre fazer coisas fora da caixa resulta em sucesso. Pode dar ruim. Caixa é o usual e o conhecido. O dado. E, muitas vezes, seguir caminhos usuais, conhecidos e dados funciona pra cacete. Aí, a gente chama de “melhores práticas”, sobre as quais vou escrever outra hora. E melhores práticas são aconselháveis e úteis um montão, em diversas situações.
Agora, caixa é também mesmice. Falta de imaginação. Conservadorismo improdutivo. Reprodução de modelos vencidos. Anacronismo. Essas coisas.
Caixa pode ser ainda sua empresa toda caretona e o mundo acelerado lá fora atropelando seus negócios. Caixa é ainda você e seus princípios. Se eles forem rígidos e inflexíveis, aí caixa vira prisão. E sua empresa, nem você, evoluem.
Empresas que seguem modelos dentro da caixa tendem a ser menos eficientes diante da inovação, porque a inovação pede flexibilidade. Pede pensar fora da caixa.
As empresas que fazem tudo dentro da caixa e são bem-sucedidas tendem a ser empresas de um outro momento. As que já deram certo e continuam fazendo aquilo que sempre deu certo.
A má notícia aqui é que as regras de dentro da caixa, que tanto deram certo durante tanto tempo, correm o risco de não darem mais tão certo assim de agora em diante. E aí, pensar dentro da caixa é o confinamento nos limites quadrados da obsolescência.
Só que o mundo não é quadrado, confere? Ele é, cada vez mais, uma espiral ascendente e exponencial. Daí a importância de pensar fora da caixa.
Pensar fora da caixa é ser líquido e translúcido ao novo. E entender que, se queremos sobreviver num mundo em recorrente transformação, a caixa não existe.