Onda de aquisições mostra mercado mais integrado e inovador

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O mercado de fusões e aquisições no Brasil está batendo recordes desde o ano passado

As aquisições são uma tendência do mercado no mundo todo. Cada vez mais empresas de grande porte adquirem outras menores, principalmente startups, e nem sempre das mesmas áreas de atuação.

Apenas em 2020, o mercado de fusões e aquisições (também conhecido apenas pela sigla M&A, de Mergers and Acquisitions, em inglês) movimentou cerca de 2,8 trilhões de dólares em todo o mundo, de acordo com o M&A Report 2021, da Bain & Company. O número ficou abaixo dos valores dos anos anteriores, mas mostrou que mesmo em momentos de crise – como o da pandemia de Covid-19 – a estratégia de mercado é resiliente e tem potencial de crescimento.

A rápida digitalização manteve o mercado de M&A em atividade, permitindo que os processos fossem conduzidos virtualmente, mesmo quando parte do mundo estava em lockdown. Neste aspecto, a pandemia operou de forma positiva, acelerando um processo que era tratado pelas empresas como tópico de discussão para o futuro. E essa estratégia tem se destacado no Brasil.

A onda de aquisições no Brasil

O mercado de fusões e aquisições brasileiro bateu recordes no ano passado, como mostram dados do relatório de Fusões e Aquisições da PwC Brasil. Houve um crescimento de 14% no volume desse tipo de transação em 2020. Foram realizadas 1038 transações, contra 912 em 2019. O volume foi 48% superior à média do mesmo período dos últimos 5 anos.

O ano, ainda de acordo com o documento, registrou o recorde da série histórica – antes alcançado em dezembro de 2019 – mostrando a força do mercado de M&A.

A Via, antiga Via Varejo, foi uma das organizações brasileiras que se movimentou no período: mudou seu posicionamento de marca, visando ampliar seus mercados e adquiriu inúmeras empresas e startups para fazer parte do seu grupo.

De acordo com Carla Macedo, diretora de estratégia da Via, “A relação com o cliente está cada vez mais dinâmica e as empresas precisam estar atentas aos novos hábitos de consumo, acompanhar as tendências do mercado e buscar novas soluções e alternativas que atendam às necessidades dos consumidores de forma ágil e digital”. Segundo ela, o movimento de aquisições e investimentos em empresas acelera a adoção de tecnologias e soluções inovadoras. “Isso traz um diferencial na experiência dos nossos clientes”, afirma.

As aquisições realizadas pela Via desde 2019 mostram essa preocupação com um mercado mais integrado, como um ecossistema de negócios. Foram feitas as aquisições de empresas de logística, meios de pagamento, soluções financeiras, marketplace… ou seja, setores relacionados com o trabalho da Via, mas não específicos para o varejo, abrindo leques de possibilidades.

“Na Via, desde que a nova gestão assumiu, em 2019, estamos olhando para este futuro. Por meio das nossas aquisições, buscamos inovação para potencializar nossas fortalezas.  Esse é um movimento de expansão que tem foco em soluções transformacionais para os nossos negócios ‘core’, que aceleram nosso roadmap de iniciativas estratégicas e aportem diferencial competitivo imediato”, explica a diretora de estratégia da empresa – uma das maiores redes varejistas do país.

Como as startups podem ajudar grandes marcas

Um movimento que chama a atenção tanto no mercado brasileiro quanto internacional é a compra de startups, ou seja, empresas menores em tamanho, mas, muitas vezes, com grande valor no mercado. Isso é explicado, principalmente, pela natureza dessas empresas, caracterizada pela capacidade de criar soluções inovadoras e pelo uso da tecnologia.

“A Via entende que a capacidade de inovar está muito atrelada à aproximação, integração e relacionamento com esse ecossistema de startups. Dessa forma, estaremos sempre conectados com novas tecnologias e tendências do mercado”, diz Carla Macedo. Apenas no ano passado, foram cerca de 100 transações para aquisições de startups, geralmente por grandes players do mercado.

Segundo a diretora de estratégia da Via, esse movimento tem inúmeros benefícios tanto para as empresas que adquirem quanto para as startups. “Esses movimentos aquecem o mercado de maneira geral, o que pode ser benéfico em diferentes sentidos. A tendência é que, naturalmente, mais empresas passem a investir e adquirir outras empresas, em especial as startups”, explica.

Além disso, segundo Carla Macedo, essa também é uma maneira de buscar mais inovação dentro das grandes empresas, aproveitando a expertise dessas empresas que vivem a inovação em seu dia a dia. A partir disso, as empresas que adquirem conseguem impulsionar e acelerar os processos de mudança dentro do próprio setor e em outros.

A busca por soluções inovadoras como as oferecidas pelas startups é um dos grandes focos da atual gestão da Via. “A intenção de estruturar um programa de Inovação Aberta para investir e apoiar startups de retailtech se consolidou no final de 2020, quando anunciamos a participação societária no Distrito, que é o maior hub independente de tecnologia e inovação do Brasil. Eles possuem experiência em acelerar a jornada de transformação de grandes empresas e promovem a conexão com startups, investidores e acadêmicos para geração de novos modelos de negócios, mais colaborativos, eficientes e sustentáveis”, explica Carla Macedo.

Segundo a executiva da empresa varejista, além do movimento de aquisições, a Via está estruturando um Corporate Venture Capital para investir e apoiar novas ideias e tecnologias. “A gente acredita que a proximidade com esse ecossistema de inovação, em um ambiente de colaboração e de troca, trará soluções mais ricas para nosso cliente”, diz.

Matéria completa no ConsumirdorModerno, agosto de 2021.

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