Texto de Alon Sochaczewski, fundador e CEO da Pipeline Capital.
No mais recente estudo do Morgan Stanley, cujo título é “Why 2024 Could Be a Hot Year for M&A”, a instituição prevê:
- Os volumes de transações podem aumentar em até 50% em 2024, após a menor atividade em quase duas décadas em 2023.
- Empresas não financeiras e investidores do mercado privado acumularam um total de US$ 8,1 trilhões em capital não alocado, o que está alimentando a demanda reprimida.
- Bancos, energia, saúde, imóveis e tecnologia estão entre os setores preparados para um aumento nas fusões e aquisições.
- Espera-se que o ressurgimento da atividade de M&A seja global, com o maior número de negócios na Europa e na América do Norte.
À medida em que avançamos em 2024 (já estamos no meio do ano, você o viu passar?), é essencial analisarmos as condições econômicas globais e nacionais e como elas impactam o mercado de fusões e aquisições (M&A).
Este ano, estamos observando uma série de mudanças significativas que podem influenciar nossas estratégias empresariais e decisões de investimento.
Contexto econômico internacional
Em nível global, as taxas de inflação têm mostrado sinais de estabilização após um período de alta inflação. Países desenvolvidos, como os Estados Unidos e membros da União Europeia, conseguiram implementar políticas monetárias que estão começando a corrigir os índices inflacionários. A redução gradual das taxas de juros por parte dos bancos centrais tem sido uma resposta para conter a inflação sem frear drasticamente o crescimento econômico.
Segundo recentes análises do Financial Times, a expectativa é que a inflação nos EUA se mantenha em torno de 3% em 2024, refletindo um controle mais rigoroso das políticas monetárias. Na União Europeia, a inflação também tem mostrado sinais de desaceleração, com previsões apontando para índices próximos a 2,5%. Esses números indicam um ambiente econômico mais estável, que é favorável para a retomada das atividades de M&A.
Economia brasileira
No Brasil, o cenário é similar, embora com desafios particulares. De acordo com o Banco Central, a inflação brasileira, medida pelo IPCA, tem uma meta de 3% para 2024, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Esse controle inflacionário é crucial para manter a confiança dos investidores e estimular o crescimento econômico.
Além disso, o Banco Central do Brasil recentemente revisou suas projeções para o crescimento do PIB em 2024, agora estimado em 1,8%. Essa revisão positiva reflete uma perspectiva de recuperação econômica, apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos anos. Com a redução gradual da taxa Selic, atualmente projetada para 10,75% até o final do ano, espera-se um ambiente de negócios mais favorável para investimentos e aquisições.
Tendências de mercado no M&A
O mercado de M&A global está mostrando sinais de recuperação, como previu o Morgan Stanley. Após um período de incerteza causado pela pandemia e pelas turbulências econômicas subsequentes, 2024 tem se mostrado um ano de retomada. Dados recentes indicam um aumento no volume de transações de M&A, especialmente em setores como tecnologia, saúde e energia renovável. Analistas do setor preveem que essa tendência deve continuar em 2025, com um aumento contínuo no número de transações e no valor dos negócios.
No Brasil, o mercado de M&A também está aquecendo. Empresas locais estão buscando consolidação para ganhar eficiência e competitividade, enquanto investidores estrangeiros estão de olho nas oportunidades de aquisições estratégicas. A perspectiva de um ambiente econômico mais estável e a retomada do crescimento são fatores que impulsionam essa tendência.
Se não é ótimo, está longe de ruim
As incertezas ainda são evidentes para todos os lugares onde olhamos, mas aqui na Pipeline Capital enxergamos também evidentes indicadores de que tanto o cenário econômico global quanto o brasileiro oferecem oportunidades promissoras para o mercado de M&A. A estabilização das taxas de inflação e as projeções de crescimento econômico positivo criam um ambiente favorável para novas aquisições e fusões. É crucial que continuemos atentos às mudanças econômicas e adaptemos nossas estratégias para aproveitar ao máximo essas oportunidades.
Vamos seguir monitorando esses indicadores e ajustando nossas abordagens para garantir que estamos bem-posicionados para capitalizar essas tendências emergentes no mercado de M&A. Para nós e todos nossos parceiros de negócio.
Texto de Alon Sochaczewski, fundador e CEO da Pipeline Capital.
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