Texto de Pyr Marcondes, jornalista, publicitário, consultor, publisher, autor, investidor, M&A Tech Advisor. É Senior Partner da Pipeline Capital.
O Fórum Mundial econômico, que se realiza anualmente em Davos, na Suíça, voltou a acontecer este mês, após dois anos meio suspenso por conta da Pandemia, e, como sempre, nos mostrou um retrato e promoveu debates sobre os grandes temas econômicos globais. E M&A não esteve fora da pauta.
Em alguns encontros paralelos aos debates centrais, mas com peso significativo pelo que o M&A sempre representa como alavanca sistêmica do capitalismo global, com crise ou sem ela, o assunto foi debatido. E se a crise existe, como sempre disseram sabiamente os chineses, existe também oportunidades.
O setor que ainda reúne os maiores interessados e os investidores mais ávidos, segue sendo, sem dúvida, o de finanças. Um mundo de dinheiro mais digital (com criptoativos em marcha, embora talvez em velocidade mais reduzida) cria um ambiente em que a inovação disruptiva deverá ainda apresentar um bom momento para as fintechs e para os investidores que apostem nelas. O dia do investidor do JPMorgan – durante o evento – exemplificou isso. Um tema quente foi o aumento do apetite por fusões e aquisições de fintech.
A combinação de uma queda acentuada nos preços das fintechs (mais de 50% em média em relação ao pico usando o ETF global de fintech), algumas fintechs lutando para gerar caixa otimizando mais altas posições de caixa/capital diante dos bancos significará uma forte retomada em M&A, projetou o Fórum.
Embora a criptografia possa estar em declínio, houve uma mudança radical no nível de ameaça percebida dos novos entrantes financeiros disruptivos ameaçando séria e fundamentalmente os lucros dos bancos estabelecidos clássicos.
Mas também teve destaque a pauta da concorrência e ativação de setores como os gigantes da tecnologia, varejo e empresas de pagamento, todos eles hoje envolvidos mais e mais em gerar disrupções em sua cadeia de valor, investido em diferenciação e invadindo silos antes distantes deles. Inclusive o próprio setor financeiro, porque muitos deles estão, na verdade, se tornando bancos.
Mas também estão se tornando publishers e players de cadeias de negócios como o de games e de entretenimento.
A resposta estratégica a isso é simples: mais foco na escala das plataformas, mais gastos com tecnologia e … mais aquisições..Claramente, nem todos os experimentos inovadores funcionaram, as empresas privadas podem tentar esperar melhores avaliações e a aversão ao risco do comprador pode aparecer, mas não se falou no Fórum em nenhuma crise do mercado de M&A. Ao contrário, de novo, crise é sinônimo de oportunidade.
Texto de Pyr Marcondes, jornalista, publicitário, consultor, publisher, autor, investidor, M&A Tech Advisor. É Senior Partner da Pipeline Capital.
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