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As especulações sobre o fim da globalização tem fundamento? Tem.

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Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner da Pipeline Capital Tech.

 

A tese é, em verdade, simples. Embora assustadora.

 

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia seria a pedra de toque de algo que vinha já anteriormente sendo estremecido e ameaçado, que é a concepção de que o mundo é uma única economia integrada e que tudo se encaixa como um grande quebra cabeças internacionalmente global. Isso passou a incluir mesmo nações não tradicionalmente integradas aos sistemas econômicos ocidentais clássicos, como foi o caso da própria Rússia e, mais notadamente, da China, entre outras nações nem sempre alinhadas ideologicamente ao capitalismo. 

 

Pois o recente conflito, defendem os teóricos desse movimento de disrupção, a desglobalização, acreditam que agora chegou a hora de separar blocos de vez e que cada um se vire da melhor forma que conseguir. Dane-se a globalização.

 

Essa teoria tem fundamentos econômicos, esses aí simploriamente colocados acima, e tem também princípios ideológicos e políticos. Alegam os soldados do fim da globalização que não faz mais sentido fazer negócios e estimular economias que fomentem as ditaduras de estado.

 

É ainda uma forma de não ser mais conveniente com a expansão e, aparentemente inevitável, agigantamento da nova maior potencial mundial do pedaço, a China. Não fazer mais abertamente negócios com o País poderia ser, hipoteticamente, uma forma de tentar minimizar os efeitos desse crescimento do domínio econômico dos chineses.

 

Um dos adeptos dessa tese, Larry Fink, CEO e presidente da BlackRock, defendeu claramente essa tese em carta a seus acionistas semana passada. A BlackRock é a maior gestora de ativos do mundo, que administra US$ 10 trilhões.

 

Para ele, é o fim da globalização, pois o conflito derrubou a atual ordem mundial e terá consequências econômicas globais duradouras.

 

A invasão da Ucrânia pela Rússia quebrou oficialmente os laços transfronteiriços entre países que já estavam tensos pela pandemia de coronavírus, observa Fink, já que empresas e governos em todo o mundo agora serão forçados a “reavaliar ainda mais suas interdependências e reanalisar suas estruturas internacionais de fabricação e montagem”.

 

A guerra terá muitas consequências econômicas de longo prazo, alerta Fink, já que a desglobalização aumenta ainda mais a inflação, deixando os bancos centrais com uma escolha difícil entre preços mais altos ou atividade econômica mais baixa.

 

“O mundo está passando por uma transformação: o ataque brutal da Rússia à Ucrânia derrubou a ordem mundial que estava em vigor desde o fim da Guerra Fria, há mais de 30 anos”, escreveu Fink. “A magnitude das ações da Rússia se estenderá nas próximas décadas e marcará um ponto de virada na ordem mundial da geopolítica, tendências macroeconômicas e mercados de capitais.”

 

Para corroborar sua tese, os mercados foram arrastados para baixo este ano em meio à incerteza contínua sobre o conflito, com o S&P 500 caindo cerca de 7% em 2022, enquanto o Dow caiu quase 6% e o Nasdaq Composite 12%. 

 

Os investidores enfrentam novos temores de inflação, mesmo enquanto o Federal Reserve se prepara para aumentar mais agressivamente as taxas de juros, graças às interrupções no fornecimento do conflito, que elevaram os preços do petróleo e do gás.

 

A desglobalização tem, indiscutivelmente, fundamentos. E de consequências funestas. Nem sempre, no entanto, as teorias radicais de rupturas econômicas costumam se confirmar como seus teóricos imaginam. É o que mostra a história. Veremos o que ela vai nos mostrar agora.

 

 

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