No seu mais recente livro, The Singularity is Nearer, (que estou resumindo para você e vou publicar em capítulos… faltam 70 das 415 páginas para terminar), Ray Kurzweil dedica um capítulo inteiro ao futuro do trabalho.
Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner na Pipeline Capital.
No final, tem uma visão otimista, por acreditar que se é verdade que a máquina vai acabar com parte considerável dos postos de trabalho, também é verdade que o Sapiens vai ganhar potencialidades de máquinas e que, com isso, novos horizontes de trabalho surgirão.
Mas uma coisa é sua expectativa (pela qual torço desbragadamente), a outra são projeções chocantes, feitas por estudos e análises de cientistas e consultores de classe mundial.
Abaixo, um dos trechos em que Kurzweil aborda o assunto.
“Um estudo memorável de 2013 dos estudiosos da Universidade de Oxford, Carl Benedikt Frey e Michael Osborne, classificou cerca de setecentas ocupações quanto à probabilidade de serem substituídas até o início da década de 2030.
Com 99% de probabilidade de poderem ser automatizadas, estavam categorias de empregos como telemarketing, corretores de seguros e contadores. Mais da metade de todas as ocupações tinha uma probabilidade superior a 50% de ser automatizável.
Um estudo de 2018, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, revisou a probabilidade de cada tarefa em um determinado emprego ser automatizada e obteve resultados semelhantes aos de Frey e Osborne.
A conclusão foi de que 14% dos empregos em trinta e dois países tinham mais de 70% de chance de serem eliminados pela automação na década seguinte, e outros 32% tinham uma probabilidade superior a 50%.
Os resultados do estudo sugeriram que cerca de 210 milhões de empregos estavam em risco nesses países.
De fato, um relatório da OCDE de 2021 confirmou, com base nos dados mais recentes, que o crescimento do emprego foi muito mais lento para empregos em maior risco de automação. E toda essa pesquisa foi feita antes dos avanços da IA generativa, como o ChatGPT e o Bard.
As estimativas mais recentes, como um relatório de 2023 da McKinsey, encontraram que 63% de todo o tempo de trabalho nas economias desenvolvidas de hoje é gasto em tarefas que já poderiam ser automatizadas com a tecnologia atual.
Se a adoção proceder rapidamente, metade desse trabalho poderia ser automatizado até 2030.
Mas sabemos que a IA continuará a progredir – exponencialmente – até termos IA em nível sobre-humano (superhuman)”.
Esse último parágrafo é o mais preocupante, porque os impactos efetivos da exponencialidade não estão previstos, em todo o seu poder transformacional, em estudo nenhum. Eles, na real, são incapturáveis por qualquer estudo humano hoje.
Quer dizer, por pior que sejam, as projeções alarmantes podem estar erradas. Para baixo.
Texto de Pyr Marcondes, Senior Partner na Pipeline Capital.
Originalmente publicado no LinkedIn.
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