Estamos próximos da saturação da comunicação e do pleno entendimento humano. Primeiro, o celular abriu as redes sociais e a mensageria por vários canais. Depois, a pandemia, através das videochamadas, colocou todo mundo no modo “Call” e criou uma equação que ninguém, repito, ninguém conseguiu resolver: a prática saudável da era multicanal.
Texto de Alon Sochaczewski, fundador e CEO da Pipeline Capital.
Antes, alguns dados interessantes sobre o uso de mensageria. A média atual é de 94 mensagens trocadas por usuário de telefones. Segundo a revista Science, o ser humano consegue processar 120 bits de informação por segundo. Quando lemos e enviamos mensagens, usamos quase a totalidade dessa capacidade.
Voltando, imagine que não sabemos o nosso limite: abrimos redes sociais, e-mails, WhatsApp, mensagens de apps, calls e reuniões presenciais, além do tempo especial de produção do seu trabalho.
Como equilibrar tudo isso?
O resultado não poderia ser outro: ansiedade generalizada e estafa mental.
Sensação de incapacidade, de não conseguir atender à demanda e, por fim, a frustração.
Uma outra parte desta avalanche de mensagens gera um novo tipo de padrão de relacionamento, mais superficial, frio e quantitativo. Conhecemos mais pessoas, porém não sabemos quem elas são.
Para quem trabalha com serviços de alta performance que exigem profundidade de análise e interação, a renúncia aos múltiplos canais e calls é uma obrigação.
Existem exceções, claro. Uma cirurgia robótica usando vídeo e cirurgiões remotos, acessos de suporte técnico, etc.
O ponto da dosagem e do uso devido do meio ainda é novo e dificilmente será regulado. A dose certa entre o remédio e o veneno tem que ser cuidadosamente gerenciada pelos líderes e gestores que ainda estão aprendendo a lidar com essa realidade.
Mas uma coisa eu afirmo categoricamente: o encontro presencial nunca substituirá 10 calls de 1 hora.
Tem empresas que atualmente só se relacionam com seus clientes por mensagem. Até fazem um ou outro call, mas 95% do seu atendimento e serviço é por mensagem. E acreditam piamente que estão prestando um bom serviço.
Este tema é extenso, antropológico, psicológico, psiquiátrico e é claro, capitalista.
E o meu texto é uma reflexão de um empresário que trabalha há 14 anos em home office e está, neste momento, procurando um escritório para sua equipe global, remota e sempre refletindo e tentando aplicar um modelo saudável.
Texto de Alon Sochaczewski, fundador e CEO da Pipeline Capital.
Originalmente publicado no LinkedIn.
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