Dados divulgados pela B3, mostram também que o valor do primeiro investimento caiu 58% nos últimos dois anos
Um estudo feito pela B3, a bolsa de valores do País, que mapeia o perfil do novo investidor no mercado de ações, revelou que 46% das pessoas que investiram pela primeira vez entre abril de 2019 e abril de 2020, passaram a ter mais de um produto de renda variável logo após a entrada no mercado. O objetivo desses novos investidores é diversificar seu portfólio de investimentos, com o foco no longo prazo. A pesquisa revelou que esses investidores são em sua maioria homens, têm em média 32 anos e renda mensal de até R$ 5 mil.
Em relação aos valores aplicados, o primeiro investimento de pessoas físicas caiu 58% em dois anos, passando de R$ 1.916 em 2018 para R$ 660 este ano. Entre os investidores ainda mais jovens, com idade entre 16 e 25 anos, o valor inicial é menor, R$ 225.
Analisando as mudanças do mercado financeiro em geral, e do ecossistema de investimentos, Carlos Reissmann, sócio e fundador do grupo Criteria, empresa de agente autônomo de investimento credenciado a XP Investimentos, afirma que há trinta anos não existia muita competitividade no mercado financeiro, e que os clientes eram obrigados a escolher entre três ou quatro instituições. Para o fundador da Criteria, a tecnologia foi importante para mudar esse cenário, disseminando um modelo mais disruptivo no mercado financeiro.
“Hoje pela palma da sua mão com um celular você consegue acessar mil fundos diferentes, cem bancos diferentes, com uma facilidade enorme. Trinta anos atrás, você necessariamente teria que abrir conta física e ser aprovado por compliance. Era uma parte muito mais burocrática, e que você tinha muito menos opção”
Carlos Reissmann
Para o executivo da Criteria, o modelo de banco vem sendo desafiado todos os dias, e só irá sobreviver quem conseguir se adaptar e trazer parceiros importantes para dentro de seus grupos, aumentando a sua competitividade em todos os segmentos.
“Hoje, você precisa ser mais competitivo e você terá que abrir a sua cabeça e mudar a forma pelo qual o cliente quer ser atendido. O mercado é soberano, a percepção do cliente e a necessidade dele é o que vai ditar o futuro. Para mim, está muito claro como hoje o cliente prefere ser atendido de um jeito mais digital, hoje ele quer mais praticidade, menos burocracia, ele quer mais serviço, ele quer menos custos, menos taxas. Esse é o futuro, e quem não se adaptar vai acabar virando um dinossauro”.
Carlos Reissmann
Paulo Saretta, Head de Transações da Pipeline Capital, afirma que o cenário ao qual estávamos acostumados era o de bancos que empurravam os clientes para os piores serviços porque era melhor para eles. Saretta acredita que a XP e as novas corretoras trouxeram um leque de oportunidades de investimentos diferentes, com recomendações e mostrando resultados, mudando esse cenário. “A principal contribuição da XP e dessas novas corretoras que vieram, foi a democratização dos investimentos, querendo que você faça os investimentos de acordo com o seu perfil”, acrescenta o sócio da Pipeline.
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