Ações de respeito ao meio ambiente, inclusão social e transparência são aspectos cada vez mais observados pelos consumidores
Um estudo feito pela Mosaiclab, empresa brasileira de consultoria e pesquisa de mercado, revelou que os brasileiros estão mudando a forma como se relacionam com as marcas. Muito além de preço e qualidade de produtos e serviços, o estudo mostrou que os consumidores esperam engajamento das marcas com questões que promovam mudanças na sociedade.
Entre as pessoas ouvidas no estudo, transparência nas ações da empresa (44%), respeito aos animais e ao meio ambiente (37%), geração de empregos na comunidade (33%), inclusão social e preocupação com seus funcionários (31%) são fatores relevantes na hora de escolher um produto ou serviço de determinada marca.
Para Pedro Reiss, CEO da agência de marketing e publicidade Wunderman Thompson Brasil, essas mudanças no comportamento do consumidor, mostram também uma transformação na forma como os clientes e as marcas se relacionam. Segundo Reiss, as pessoas procuram cada vez mais ter um papel ativo no relacionamento com as marcas. Refletindo sobre isso, as agências devem pensar nessa interação no momento de construir conteúdos.
“Tudo o que você cria hoje, é pensando que as pessoas vão consumir aquele conteúdo e vão responder de uma forma, e você tem que estar pronto para voltar e construir essa conversa. Sem dúvida nenhuma, a interatividade alterou muito a balança de poder entre as marcas e as pessoas. Hoje nós estamos chegando em um lugar legal, onde consumidores e marcas estão se relacionando de uma forma mais saudável”, afirma Pedro.
Observando a mudança do papel das agências nesse novo cenário, Reiss destaca que o dever das agências hoje é ajudar os seus clientes em uma infinidade de coisas, e uma das principais é colaborar para que as marcas construam uma conversa com seus clientes.
“Essencialmente, agora estamos voltando a falar daquilo que importa mais, que é, o que eu tenho para levar para essa conversa? Qual é o meu território? O que eu acredito? E nesse sentido a gente tem uma volta muito grande para o foco no trabalho criativo e para marcas com posicionamentos mais claros”, afirma o CEO da Wunderman Thompson Brasil.
Outro ponto de mudança nas agências de publicidade, é o uso crescente de dados. Pyr Marcondes, sócio e Head de Marketing da Pipeline Capital defende que dados sozinhos não bastam, eles precisam vir juntos com a construção de uma narrativa. “Dados sobre os consumidores, todo mundo tem. O que irá fazer a diferença será o uso desses dados junto com a construção da história da marca. Contar um sonho, uma ideia, é isso que fará a diferença e quem conta essa história são as agências e seus profissionais de criação”, analisa Marcondes.
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